Rio precisa reduzir mortes por letalidade policial, aponta Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Rio precisa reduzir mortes por letalidade policial, aponta Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Com base nos números do ano passado, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) afirma que o governo do Rio de Janeiro precisa adotar a meta de redução de 66% da letalidade policial no estado.

Os padrões de letalidade policial no estado “seguem muito altos e acima da média nacional”, de acordo com o estudo. Em 2023, a taxa foi de 5,4 mortes em confronto com a polícia para cada grupo de 100 mil habitantes. A mediana nacional é de 1,8 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. 

O estudo mede o impacto da decisão do Supremo Tribunal Federal, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, de 2020, que restringiu operações policiais em comunidades da capital fluminense.

Em 2019, ano anterior à decisão, foram registradas 1.814 Mortes Decorrentes de Intervenção Policial (MDIPs) no estado. Já em 2023, as mortes por intervenções policiais resultaram em 871, uma queda de 52% na comparação com 2019.

A pesquisa ainda mostrou que, entre 2019 e 2023, 99% das vítimas são homens, que 54,5% tinham entre 12 e 24 anos quando foram mortas e que pessoas negras morrem 6,4 vezes mais do que brancos em intervenções policiais.

Segundo Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP, a falta de uma política de segurança pública no estado justifica a decisão do STF em relação ao acolhimento da ADPF 635 sob a justificativa de que o Rio vive um estado de coisas inconstitucional.

“Os números derrubam os argumentos de que a ADPF favoreceu o crime organizado ou resultou no crescimento da criminalidade. De 2019 a 2023 houve queda em ocorrências de homicídios, nos assassinatos de policiais, crimes patrimoniais, roubo de carga e roubo a transeuntes; as apreensões de drogas mantiveram-se estáveis e as prisões em flagrante cresceram”

Uma das principais indicações do estudo é de que o governo precisa melhorar os indicadores criminais e fortalecer o controle das polícias. Quatro a cada dez boletins de ocorrência oriundos de MDIPs não trazem a idade das vítimas, de acordo com a análise.

O FBSP ainda recomenda uma melhoria da produção dos dados públicos. O documento aponta que ainda hoje o estado não divulga quantas pessoas foram mortas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil, e não monitora o número de mortes em intervenções policiais durante operações policiais.

A CNN entrou em contato com o Governo do Rio de Janeiro e aguarda retorno.

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