MST cobra saída de ministro por lentidão na reforma agrária

MST cobra saída de ministro por lentidão na reforma agrária

Movimento critica gestão de Paulo Teixeira por metas reduzidas de assentamento e políticas voltadas aos pequenos produtores rurais

O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) cobra a demissão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. O descontentamento está relacionado às metas de assentamento apresentadas pelo governo e às políticas destinadas aos pequenos produtores rurais, consideradas insuficientes pelo movimento.

Desde o início do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o MST tem manifestado insatisfação com o ritmo lento da reforma agrária e a nomeação de cargos estratégicos, como a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

O movimento cobra maior agilidade na implementação de políticas de regularização fundiária e ampliação da reforma agrária. Em abril, o governo federal lançou o programa Terra da Gente, voltado para destinar terras improdutivas à reforma agrária. A medida foi uma resposta às críticas do movimento e às invasões organizadas durante o “Abril Vermelho“, mas não foi suficiente para aplacar a insatisfação.

Em declaração ao Poder360, o MST afirmou estar enfrentando “muita dificuldade” para alcançar a meta inicial de assentar 60 mil famílias. Segundo o movimento, a expectativa agora foi reduzida para apenas 20 mil famílias.

“As famílias aguardam uma resolução urgente. Há casos de pessoas que estão há 30 anos esperando pela regularização fundiária”, disse o MST.

O movimento também criticou o que considera falta de cumprimento do compromisso assumido pelo governo Lula.

“É difícil pra gente dialogar com a nossa base depois de todos esses anos de retrocesso na reforma agrária e não poder atingir nem mesmo uma meta mínima colocada desde 2023″, disse o movimento.

Histórico de tensões

Em abril de 2023, o MST liderou uma série de ocupações em protesto contra a lentidão nas políticas de reforma agrária. Durante o “Abril Vermelho”, foram registradas ao menos 21 invasões em 10 estados, incluindo Bahia, Pernambuco e São Paulo. As ações expuseram o governo a críticas da oposição e de setores do agronegócio.

O governo, por sua vez, argumenta que já está implementando medidas para ampliar o número de assentamentos e garantir maior eficiência na destinação de terras. No entanto, a relação com o MST segue tensa, com o movimento pressionando por mudanças no comando da pasta.

O outro lado

O Poder360 procurou o Ministério do Desenvolvimento Agrário para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito das insatisfações apresentadas pelo MST. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

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