Brasil decepciona no 1º jogo de Ancelotti

Brasil decepciona no 1º jogo de Ancelotti

Brasil, 5 de junho de 2025 – A aguardada estreia de Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira terminou em um frustrante empate por 0 a 0 contra o Equador, em Guayaquil, pela 15ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Sem criatividade, com desempenho abaixo da crítica e sem sinais de evolução tática, o Brasil desperdiçou mais uma oportunidade de se afirmar como candidato real ao título mundial.

Com o resultado, a equipe chega aos 22 pontos e ocupa provisoriamente o quarto lugar na tabela, mas corre o risco de ser ultrapassada pela Colômbia, que ainda entra em campo nesta rodada.


Estreia sem ideias e sem intensidade

A escolha do técnico italiano por nomes experientes como Casemiro, Richarlison e Vini Jr., somada à titularidade do jovem Estêvão, não produziu o impacto esperado. Em campo, o Brasil exibiu os mesmos vícios técnicos e táticos que marcaram as gestões anteriores: lentidão na transição, dependência de jogadas individuais e apatia coletiva.

A falta de treinos — foram apenas dois sob o comando de Ancelotti — foi visível. Ainda assim, a ausência de qualquer padrão de jogo levanta dúvidas sobre o modelo que o treinador pretende implantar.


Equador domina sem esforço

Jogando em casa e embalado por uma boa campanha nas Eliminatórias, o Equador assumiu o controle da partida desde o início. Com mais posse de bola, mais finalizações e melhor compactação entre os setores, os equatorianos pressionaram o Brasil com certa facilidade.

Mesmo sem empilhar grandes chances, a equipe da casa demonstrou organização, consistência e capacidade de controlar os espaços — atributos que a Seleção ainda não apresenta sob sua nova comissão técnica.

O goleiro Alisson pouco trabalhou, mas foi o Brasil que praticamente não finalizou com perigo. A principal tentativa veio dos pés de Casemiro, em chute de média distância defendido por Galíndez.


Vínculo frágil entre discurso e campo

Desde o anúncio de Ancelotti, a CBF vendeu à opinião pública uma “revolução técnica” inspirada no futebol europeu. No entanto, o que se viu em Guayaquil foi um amontoado de jogadores talentosos atuando sem coordenação. Richarlison esteve isolado, Vini Jr. oscilou entre dribles sem efeito e faltas recebidas, e Estêvão, apesar da expectativa, pouco participou efetivamente.

A insistência da CBF em apostar em nomes “de confiança” — tanto na comissão quanto no elenco — parece contrariar o discurso de renovação e competitividade. A ausência de nomes em ascensão no futebol brasileiro e a dependência de atletas desgastados por temporadas intensas na Europa denunciam um projeto técnico improvisado.


Perspectiva complicada para a classificação

Com o empate, o Brasil segue sem conseguir assegurar matematicamente sua vaga para a Copa do Mundo de 2026. O próximo confronto será contra o Paraguai, em São Paulo, na terça-feira (10), e a equipe dependerá não apenas de uma vitória, mas também de uma melhora significativa de desempenho para se aproximar da classificação.

Já o Equador, com a estabilidade exibida na partida, vai a Lima enfrentar o Peru com chances reais de se consolidar entre os classificados.


O Carioca Esclarece

O que simboliza o empate na estreia de Ancelotti?
O empate simboliza a continuidade de um ciclo de instabilidade tática e desorganização institucional que a CBF insiste em maquiar com nomes estrangeiros. Ancelotti ainda não conseguiu apresentar nenhuma identidade própria para a Seleção, e o jogo contra o Equador confirma a ausência de um projeto técnico real.

Por que o desempenho do Brasil preocupa, mesmo com jogadores de elite?
Porque o talento individual não se traduz em performance coletiva. Jogadores como Vini Jr. e Casemiro têm qualidade reconhecida, mas são mal utilizados em esquemas confusos e conservadores. A insistência em fórmulas ultrapassadas impede a construção de um time competitivo.

A CBF tem responsabilidade direta nos resultados ruins?
Sim. A entidade apostou em Ancelotti mais por prestígio simbólico do que por critérios técnicos, adiando decisões estruturais importantes. A ausência de um plano de transição entre treinadores, somada à má gestão das categorias de base, contribui para a crise de identidade da Seleção.

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